O BAÚ DAS LETRAS

Livros, Leituras e muito mais...

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O Baú das Letras Itinerante

No mês de Dezembro partilhámos contos alusivos a esta quadra natalícia.


"São nos pequenos gestos e atitudes do nosso dia-a-dia que devemos proporcionar o minímo de alegria e compreensão a todos os que nos rodeiam."

Que o espírito do Natal encha os nossos corações. Sempre!!!

Boas Festas!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O baú anda por aí....

O grupo do Baú das Letras – Itinerante
voltou a pegar nos livrinhos
para sair além fronteiras/portas
da Biblioteca Municipal Álvaro de Campos - Tavira.


Como aconteceu no ano anterior,
O Baú das Letras criou um roteiro/itinerário
onde realizará as suas sessões
com o objectivo de contemplar
todas as escolas EB1 e Jardins-de-Infância do concelho.


O objectivo primordial é
fazer chegar o livro a todas as crianças do concelho.
Algumas escolas já foram contempladas com a nossa presença
mas toma atenção porque qualquer dia vamos à tua escolinha.



O baú anda por aí…

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Espetáculo "A Noite de Natal"


No dia 25 de Novembro, já com um cheirinho a Natal,
a Biblioteca Municipal Álvaro de Campos de Tavira
tem o prazer de te convidar a participar no
espectáculo A Noite de Natal,
baseado no livro A Noite de Natal de Sophia de Mello Breyner Anderson
com a realização de Paulo Lages.

Será um espectáculo em que o actor proporcionará ao público
uma leitura encenada na qual lhe será dada a oportunidade
de participar nessa mesma história, quer através dos seus
comentários, quer através da representação.

Noite de Natal inclui ilustrações cénicas através da manipulação
de adereços sugeridos pela história, permitindo ao público fazer
um percurso idêntico ao das personagens que vão visitar o menino.
O espectáculo terá lugar
no espaço Infantil-Juvenil pelas 14h30m,

sujeito a marcação prévia.

terça-feira, 15 de junho de 2010

O Baú continua em "digressão", levando os livros a vários espaços educativos do concelho.

O grupo, tem vindo a encontrar-se com várias pessoas que decerto contribuem para que possam melhorar o seu desempenho.

O autor José Fanha, João Lizardo, Joana Silva, formadora do ACIDI (ALTO COMISSARIADO PARA A IMIGRAÇÃO E DIÁLOGO INTERCULTURAL) têm acompanhado algumas das suas actividades e contribuído para desenvolver a dinâmica do grupo que, em Tavira, se tem dedicado à promoção da Leitura.









Ver mais fotos na página Baú em Acção:

sexta-feira, 11 de junho de 2010

O Baú das letras, leva José Fanha à Escola EB1 Porta Nova











Veja no blogue da própria escola:
http://becretavira2.blogspot.com/


sábado, 15 de maio de 2010

O Contador de Histórias


"Yacoub era pobre, mas despreocupado e feliz, livre como um saltimbanco, sonhando sempre cada vez mais alto. Em boa verdade, estava apaixonado pelo mundo. Porém, o mundo à sua volta parecia-lhe sombrio, brutal, seco de coração, de alma obscura, e ele sofria com isso. «Como», perguntava-se, «fazer com que seja melhor? Como trazer à bondade estes tristes que vão e vêm sem olharem para os seus semelhantes?» Ruminava estas perguntas pelas ruas de Praga, a sua cidade, vagueando e saudando as pessoas que, no entanto, não lhe respondiam.
Ora, uma manhã, quando atravessava uma praça cheia de sol, teve uma ideia. «E se lhes contasse histórias?», pensou. «Assim, eu, que conheço o sabor do amor e da beleza, ajudá-los-ia certamente a encontrar a felicidade.» Pôs-se em cima de um banco e começou a falar. Os velhos, as mulheres e as crianças, admirados, pararam um momento a ouvi-lo, mas depois viraram-lhe as costas e prosseguiram o seu caminho.
Yacoub, achando que não podia mudar o mundo num dia, não perdeu a coragem. No dia seguinte voltou àquele mesmo lugar, e de novo lançou ao vento, com voz forte, as mais comoventes palavras. Outras pessoas pararam para o ouvir, mas em número menor do que na véspera. Alguns riram-se dele. Houve mesmo quem lhe chamasse louco, mas não quis prestar atenção. «As palavras que semeio germinarão.», pensou. «Um dia entrarão nos espíritos e acordá-los-ão. Tenho de falar, falar mais ainda.»
Teimou, pois, e dia após dia voltou à grande praça de Praga para falar ao mundo, contar maravilhas, oferecer aos seus semelhantes o amor que sentia. Todavia, os curiosos tornaram-‑se cada vez mais raros, desapareceram quase todos e, em breve, apenas falava para as nuvens, o vento e as silhuetas apressadas, que já só lhe lançavam uma olhadela de espanto à medida que passavam. No entanto, não desistiu.
Descobriu que não sabia nem desejava fazer outra coisa que não fosse contar as suas histórias, mesmo que estas não interessassem a ninguém. Começou a dizê-las de olhos fechados, pela única felicidade de as ouvir, sem se preocupar em ser ouvido. Sentiu-se bem e a partir dali só falava assim: de olhos fechados. As pessoas, temendo relacionar-se com as suas extravagâncias, deixaram-no só, com as suas histórias, e habituaram-se, assim que ouviam a sua voz lançada ao vento, a evitar a esquina da praça onde Yacoub se encontrava.
Assim, os anos foram passando. Ora, numa noite de Inverno, enquanto – sob um crepúsculo indiferente – contava um conto prodigioso, sentiu que alguém o puxava por uma manga. Abriu os olhos e viu uma criança, que, fazendo uma careta engraçada, lhe disse, esticando-se nas pontas dos pés:
— Não vês que ninguém te ouve, nunca te ouviu e jamais te ouvirá? O que te levou a viveres assim a vida?
— Estava louco de amor pelos meus semelhantes — respondeu Yacoub. — Foi por isso que, no tempo em que ainda não eras nascido, me veio o desejo de os tornar felizes.
O miúdo replicou:
— Pois bem, pobre louco, e eles são-no?
— Não — disse Yacoub, abanando a cabeça.
— Por que razão teimas então? — perguntou ternamente a criança, tomada de repentina piedade.
Yacoub reflectiu por instantes.
— Eu conto sempre, é claro, e contarei até morrer — disse. — Dantes, contava para mudar o mundo.
Calou-se; depois o seu olhar iluminou-se, e acrescentou:
— Hoje, conto para que o mundo não me mude, a mim."

Henri Gougaud
A Árvore dos Tesouros
Lisboa, Gradiva, 1988
Adaptação

Histórias para contar em noites de Luar


Mais um livro de José Fanha !!
Como não podia deixar de ser, é um livro de encantar, com pequenas histórias que nos levam e trazem de volta.
Viajamos pelo céu, pelo mar, vamos ao "Circo das Palavras Voadoras" e encontramos um rei amigo dos seus súbditos, el-rei Badalão.


Não deixem de ler... já encomendei para a Biblioteca!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

UM LIVRO ESPERA-TE



UM LIVRO ESPERA-TE. PROCURA-O
Era uma vez um barquinho pequenino,que não sabia, não podia navegar.Passaram uma, duas, três,quatro, cinco, seis semanas,e aquele barquinho,aquele barquinho navegou. Antes de se aprender a ler aprende-se a brincar. E a cantar. Eu e os meninos da minha terra entoávamos esta cantiga quando ainda não sabíamos ler. Juntávamo-nos na rua, fazendo uma roda e, ao despique com as vozes dos grilos no Verão, cantávamos uma e outra vez a impotência do barquinho que não sabia navegar. Às vezes construíamos barquinhos de papel, íamos pô-los nos charcos e os barquinhos desfaziam-se sem conseguirem alcançar nenhuma costa.
Eu também era um barco pequeno fundeado nas ruas do meu bairro. Passava as tardes numa açoteia vendo o sol esconder-se à hora do poente, e pressentia na lonjura – não sabia ainda se nos longes do espaço, se nos longes do coração – um mundo maravilhoso que se estendia para lá do que a minha vista alcançava.Por detrás de umas caixas, num armário da minha casa, também havia um livro pequenino que não podia navegar porque ninguém o lia. Quantas vezes passei por ele, sem me dar conta da sua existência! O barco de papel, encalhado na lama; o livro solitário, oculto na estante, atrás das caixas de cartão.
Um dia, a minha mão, à procura de alguma coisa, tocou na lombada do livro. Se eu fosse livro, contaria a coisa assim: «Certo dia, a mão de um menino roçou na minha capa e eu senti que as minhas velas se desdobravam e eu começava a navegar».Que surpresa quando, por fim, os meus olhos tiveram na frente aquele objecto! Era um pequeno livro de capa vermelha e marca-de-água dourada. Abri-o expectante como quem encontra um cofre e ansioso por conhecer o seu conteúdo. E não era para menos. Mal comecei a ler, compreendi que a aventura estava servida: a valentia do protagonista, as personagens bondosas, as malvadas, as ilustrações com frases em pé-de-página que observava uma e outra vez, o perigo, as surpresas…, tudo isso me transportou a um mundo apaixonante e desconhecido. Desse modo descobri que para lá da minha casa havia um rio, e que atrás do rio havia um mar e que no mar, à espera de partir, havia um barco. O primeiro em que embarquei chamava-se Hispaniola, mas teria sido igual se se chamasse Nautilus, Rocinante, a embarcação de Sindbad ou a jangada de Huckleberry. Todos eles, por mais tempo que passe, estarão sempre à espera de que os olhos de um menino desamarrem as suas velas e os façam zarpar. É por isso que… não esperes mais, estende a tua mão, pega num livro, abre-o, lê: descobrirás, como na cantiga da minha infância, que não há barco, por pequeno que seja, que em pouco tempo não aprenda a navegar.
ELIACER CANSINO
Tradução: José António Gomes
Eliacer Cansino Macías (Sevilha, 1954) é professor de Filosofia numa escola de Sevilha, desde 1980, e autor de romances para jovens e adultos. Em 1997, recebeu o Prémio Lazarillo por O Mistério Velázquez, recriação da vida do anão Nicolasillo Pertusato e da sua relação com Velázquez. Em 1992, foi-lhe outorgado o Prémio Internacional Infanta Elena pelo livro Eu, Robinsón Sánchez, tendo naufragado, obra que foi também finalista do Prémio Nacional de Literatura Infantil, de Espanha. Em 2009, recebeu o Prémio Anaya de Literatura Infantil e Juvenil por Um Quarto em Babel. O lápis que encontrou o seu nome (2005). Tem muitos outros títulos editados.A Mensagem do Dia Internacional do Livro Infantil é uma iniciativa do IBBY (International Board on Books for Young People), difundida em Portugal pela APPLIJ (Associação Portuguesa para a Promoção do Livro Infantil e Juvenil), Secção Portuguesa do IBBY.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Parabéns ao Nosso Grupo!!!!!

terça-feira, 9 de março de 2010

Maré de Contos 2010 - como foi

Para festejar a Semana da Leitura em Tavira, deu-se continuidade à Maré Contos, que já vai na 3ª edição, propondo uma série de actividades, que decorreram na Biblioteca Municipal, nas escolas e em dois bares da cidade: Távila e Ref.
Decorreram três oficinas na Biblioteca Municipal:

- “Nós e as Palavras” orientada por Vitor Correia (esta oficina deu origem à apresentação final, realizada pelo grupo de participantes, de uma leitura encenada do texto "Fábrica de Nada" de Judith Herzberg).
- “Escrita de Letras de Canções” orientada por Gimba.
- “A pessoa que conta” orientada por Thomas Bakk.
Acordaram-se actividades comuns às escolas do concelho de Tavira, nomeadamente com o Grupo de Contadores, que tem dinamizado O Baú das Letras aos sábados à tarde, na Biblioteca.
Este Grupo andou pelas escolas do concelho a ler histórias e a partilhar emoções e dia 4 de Março um grupo de alunos contadores da Escola D. José de Vila Real de Santo António, visitaram-nos, trazendo com eles mais livros e histórias para contar.
Foi um trabalho fantástico que decorreu em ambiente de festa e partilha, em que os contos deram asas à imaginação.

De certo foram lançadas sementes para a continuidade de actividades no âmbito da leitura, da narração oral, da dramatização e muitas mais expressões culturais a que a leitura nos leva e que a literatura nos permite.

Estamos gratos a todos os participantes !!!

Semana da Leitura na Escola Dom Manuel

-Feira do Livro-
"Adivinha quem vem contar"
( Leituras na Biblioteca Escolar[BE] por professores, alunos e
convidados do Baú, para todos os ciclos)

- Painel sobre a Leitura "Ler é..."

5 de Março
duas turmas de 7ºano foram assistir à leitura e
dramatização de histórias, por alunos da
Escola de V.Real de Santo António ( Prof.CristinaFelício)

Decorre o 2ºpassatempo "Escritor do Mês" (o 2º de 4 ao todo).

21 de Março
Leituras e poesias na BE e pela escola.
Cooperação entre escolas:
a prof.bibliotecária da escola D.Manuel
vai ler poesia à BE da escola D. Paio.

23 de Março
virá à escola o Afonso Dias com o projecto
"A Poesia está na escola e em toda a parte"

25 de Março
Cerimónia de entrega de prémios do
"Concurso de Poesia",
assim com aos premiados do Bibliopaper e melhor leitor.

26 de Março
Uma turma de 3ºciclo vai à BM
assistir à apresentação dos livros de Pedro Seromenho.

Haverá também uma sessão de leitura
pela Prof.bibliotecária da D.Manuel I, na EBnº1
(Dia do autor português)

terça-feira, 2 de março de 2010

Semana da Leitura nas Escolas de Tavira - 2010

semana da leitura na escola
EB 2,3 Dom Paio Peres Correia


















semana da leitura na
escola secundária
Dr. Jorge Correia




sábado, 20 de fevereiro de 2010

Uma biblioteca de livros digitais

“Sobre a Biblioteca de Livros Digitais

Integrado nas múltiplas acções do Plano Nacional de Leitura, a Biblioteca de Livros Digitais é um espaço dinamizador de iniciativas relacionadas com leitura e a escrita, que se assume como um agregado de livros de autores consagrados e aprovados pelo Plano Nacional de Leitura e, em simultâneo como um repositório de trabalhos realizados por pessoas interessadas em criar outros textos motivados pelo livro que acabaram de ler.
A Biblioteca de Livros Digitais é uma iniciativa Web 2.0, estruturada pela agregação de um número considerável de projectos individuais partilhados, entretecidos numa teia dinâmica de ligações e RSS.
A Biblioteca visa criar um espaço comunitário na Internet, que se situa para lá do conceito tradicional de lugar da publicação na rede, entendido como mero repositório de trabalhos.
A Biblioteca é um lugar de partilhas, de troca de experiências, agregador de todos quantos promovem e usufruem do prazer de ler e estão interessados em alargar o seu ciclo de amigos e conhecidos.
O que oferece a Biblioteca de Livros Digitais?
Todos os interessados em inscrever-se como membros da Biblioteca têm direito a dispor de 1 Gigabyte de espaço de disco, para guardar as produções que desejem vir a publicar nos livros que mais apreciam.
Os membros do da Biblioteca de Livros Digitais têm direito a participar nos múltiplos concursos e iniciativas promovidas pela organização.”
In: http://e-livros.clube-de-leituras.pt/


E a propósito de livros digitais, deixo um que faz parte desta biblioteca:
“A Revolta das palavras digitais” de Carlos Correia
http://e-livros.clube-de-leituras.pt/elivro.php?id=arevoltadaspalavrasdigitais

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Biblioteca, sábados à tarde...

O Grupo de Leitores que se tem vindo a reunir para ler e partilhar histórias é formado por membros da comunidade que se juntaram em torno desta ideia: a leitura e a sua partilha.
É este grupo que tem estado aos sábados, a partir das 15h30, no espaço infanto-juvenil da Biblioteca e que tem vindo a proporcionar e fomentar o gosto pela leitura de histórias, que deliciam as crianças e seus amigos ou familiares que se vão juntando em roda, para ler e ouvir ler. O seu bom trabalho, assenta numa boa escolha de livros que têm vindo a fazer, aos poucos.
Ontem, sábado 13 de Fevereiro, mais de 20 crianças ouviram e leram histórias, e saíram com vontade de voltar.
O Baú vai continuando vivo graças ao gosto e empenho de um grupo informal! A Biblioteca acolhe-os.
Nas diversas iniciativas que tiveram lugar nesta Biblioteca, ao longo de 3 anos (em Junho de 2010 contarão 4 anos de espaço aberto ao público) passaram por cá pessoas fantásticas que deixaram no ar e contagiaram com esta ideia de trabalhar com a comunidade, despertar os seus interesses e participação, tendo como eixo principal os Livros. Julgo que as sementes vão brotando.
José Fanha, fez visitas guiadas à Biblioteca, dando vida ao livros, autores e histórias que por aqui andam; trouxe-nos autores, poesia e música no Verão de 2008; orientou um ciclo de Conversas Vadias onde proporcionou conversas descontraídas com diversos escritores. Leu-nos poesia (ele também poeta e escritor), e revelou-nos o menino crescido, que habita nas histórias que escreve para os mais novos.
Miguel Horta, trouxe-nos as Palavras Marcianas e jogando, mostra como a comunicação é feita de códigos e como é tão importante conhecer a Língua. Desenvolveu diversas oficinas e trabalhou com diversos grupos de jovens que descobriram autores vários e livros com os quais nunca tinham sequer sonhado.
Ele próprio, autor e ilustrador / pintor, apresentou os seus livros.
Desde o início que esteve ligado à Maré de Contos, em Tavira e trouxe-nos pragas algarvias, contos crioulos, histórias de pescadores e dragões.
Maurício Leite, Violante Florêncio, orientaram oficinas onde passaram boas práticas para uma verdadeira Promoção da Leitura, no âmbito da literatura para a infância e juventude.
João Lizardo, o famoso senhor b contou-nos as histórias do mais antigo bibliotecário do mundo, que agora até tem um clube, onde vários meninos de Tavira estão inscritos!
A mediação da Leitura é necessária, para que os livros não sejam um património cultural morto e desadequado à comunidade.
Vivemos no século da Informação e se esta é uma das riquezas marcantes da nossa época, é fundamental pensar no papel dos leitores, nas estratégias sociais e educativas, pois a ferramenta básica para a compreensão de qualquer informação é a Leitura*.
A importância da formação de leitores, é a importância da formação de cidadãos activos, criativos, críticos e autónomos.
A Biblioteca conta com um Grupo de Leitores (mediadores de leitura) que tem dado vida a este projecto que se pretende venha a ser de Promoção da Leitura.
É preciso continuar !
* - Aqui é necessário ampliar o conceito de Leitura, porque a informação produzida é registada em diferentes suportes e que, sem substituí-los, se somam aos livros e textos escritos em geral.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Congresso IBBY em Santiago de Compostela (2010)


A IBBY (International Board on Books for Young People) é composta por associações e pessoas de todo o mundo com o objectivo de promover os livros para a infância.
Entre diversos eventos realiza congressos com uma frequência bienal.

Para ler mais sobre o Congresso IBBY em Santiago de Compostela, no próximo Setembro deste ano, visite o site http://www.ibbycompostela2010.org/

Sobre a Leitura...

Lembro-me que tirei notas de um texto que li sobre mediadores da leitura e do seu papel, onde se afirmava que a leitura para além de não ser um hábito, não é gosto, nem prazer. É uma necessidade, por ser um bem cultural e social. Ensina-se, aprende-se e, acima de tudo contagia-se.
"[...] Mas como se constituiria a necessidade de leitura? Para Bourdieu e Chartier a leitura e a escrita são prácticas eminentemente culturais, construídas nas tramas das redes sociais, e a necessidade de leitura e de escrita apenas se constitui quando estas adquirem valor social, quando se transformam num bem cultural valorizado pelo grupo. Portanto, segundo estes autores, o acto de ler não se dá por si mesmo, a leitura é um consumo cultural entre tantos outros e, como tal, é históricamente variável e produto das condições nas quais nos constituímos como leitores”.

Coloco o texto entre aspas porque apesar de não ser a citação exacta, na medida que não encontro a fonte, e que, na altura, abreviei algumas frases e transformei palavras, não foi escrito por mim.

Paula Ferreira

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Bullying - romance de Pedro Foyos "Botânica das Lágrimas" comentado por Miguel Real


Coordenador d'O Livro Negro da Feira do Livro de Lisboa (Jornal, 1985), sobre a abstrusa proibição de venda de revistas no recinto da Feira do Livro, dos álbuns (Re)Descobrir Stuart e A Vida das Imagens (Diário de Notícias, 1989 e 1994) e Grandes Repórteres Portugueses da I República, Pedro Foyos, polivalente no campo do jornalismo, tem-se dedicado muito intensamente à fotografia, dirigindo diversas revistas da especialidade.

1. Contextualização
No romance, publicou um muito bem fundamentado romance histórico, de qualidade superior, O Criador de Letras (Hespéria, 2009), sobre a vida quotidiana no Próximo Oriente e a invenção do alfabeto, e, na rentrée escolar deste ano, um romance marcante na literatura juvenil portuguesa, Botânica das Lágrimas, livro de leitura aconselhada a professores e, sobretudo, alunos do ensino básico (3º ciclo) e secundário.
Integrado na corrente literária designada internacionalmente por young adult fiction, o romance de Pedro Foyos prossegue a linha pioneiramente desbravada, após o 25 de Abril de 1974, por Alice Vieira, Ilse Losa, Luísa Dacosta, Maria Alberta Menéres, António Torrado, Luísa Ducla Soares, José Jorge Letria, João Aguiar, António Mota, Ana Saldanha, Álvaro Magalhães, Maria do Rosário Pedreira e Maria Teresa Maya Gonzalez, Conceição Coelho, Isabel Alçada e Ana Maria Magalhães (e muitos, muitos outros) de actualização do romance juvenil em Portugal, que, indubitavelmente, pelo serviço público de leitura e pelo número de vendas, tem atravessado uma autêntica fase de ouro.
Face à literatura juvenil clássica (Swift, H.C. Anderson, Stevenson, Júlio Verne, E. Salgari, M. Twain, Enid Blyron, Ana de Castro Osório, Ricardo Alberty, Simões Mueller...), o conteúdo das histórias pertinentes à nova literatura juvenil portuguesa tem operado três substituições:
a) abandonou a componente moralista e/ou religiosa enformadora de muitos textos clássicos, não raro expressão de preconceitos sociais coevos, fortemente aculturadores da mente das crianças, substituindo-a por uma visão ecolágica, socialmente relativista e etnicamente multicultural das relações sociais, deixando entrar nos textos o novo Portugal democrático e europeu, tolerante e lusófono;
b) abandonou o tema da evidenciação ostensiva dos aleijões sociais ( o órfão, a criança enjeitada, analfabeta e miserável; os bairros de barracas...), substituindo-o pela vida diária de uma criança pequeno-burguesa dos subúrbios ou de classe média urbana (o público leitor privilegiado), tecnologicamente activa, cientificamente informada e individualmente carregada de iniciativa;
c) substitui as antigas histórias mitológicas célticas e greco-romanas, dotadas de um estendal de seres mágicos (sereias, silvos, nereidas, grifos, unicórnios, fadas, gigantes denignos, anões malignos, bruxas velhas de narigueta e verruga...), por um universo fantástico novo fundado na ciência e na tecnologia, unindo estas aos antigos processos mentais míticos e mágicos, como a saga de Harry Potter o prova abundantemente. Uma característica, no entanto, permanece idêntica entre a literatura juvenil clássica e a actual - no fim da aventura, o herói e o leitor são invariavelmente recompensados pelo regresso (mais ou menos triunfante) à ordem benigna interrompida pela irrupção do mal.
Em síntese, a literatura juvenil, clássica ou actual, alimenta-se de duas categorias - o realismo e o fantástico -, de cuja combinação nascem tanto a sua atractiva beleza quanto os seus limites. Neste sentido, literariamente falando, o século XX pode ser considerado o tempo de irrupção e independência da literatura juvenil portuguesa, para o qual muito contribuiu, sem dúvida, num outro registo, O Romance da Raposa (1929), de Aquilino Ribeiro, e as As Aventuras Maravilhosas de João Sem Medo (1963), de José Gomes Ferreira, livros absolutamente admiráveis..
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2.Botânica das Lágrimas
Botânica das Lágrimas não só obedece às quatro características acima indicadas, como, de certo modo, as resume, evidenciando-se, assim, como um belíssimo romance juvenil de aventura, fundado em dois pólos, o realismo e o fantástico, de obrigatória leitura, repetimos, pelos professores de ensino básico e secundário. Debruçado sobre um tema de grande actualidade nas escolas - o bullying ("tirania juvenil de forma continuada em ambientes escolar", p.374), Botânica das Lágrimas captou em perfeição o ambiente escolar próprio da prática do bullying (a extorsão de dinheoro aos mais novos, a destruição de bens pessoais, o "corredor da morte"...), a personalidade frágil mas ostensiva da prática de Rufino Cromado, de cérebro sobredotado, mas psicologicamente abjecto, de Simão-mão-de-betão, de Jeco Marado, a personalidade igualmente frágil mas corajosa dos "capitães" dos "Guerreiros Valentes", alunos mais novos que se sentem violentados e humilhados por esta prática, revoltando-se contra ela, nomeadamente Leopoldo, o "General Leo", e o seu ajudante "Bravo Toninho".
Do mesmo modo, o autor opera uma harmoniosa ligação ao exterior da escola, seja através da evidenciação de um leque de sentimentos próprio da puberdade (orgulho, revolta, vaidade, companheirismo, amor próprio, atracção sexual...), seja através da relação terna e angustiada entre Leopoldo e a sua mãe, hospitalizada (vergonha de chorar, necessidade forçada de se tornar adulto). Porém, a chave de ouro de Botânica das Lágrimas reside, indibitavlemente, por um lado, na opção pelo Jardim Botânico, em Lisboa, como cenário maior do romance (a visita de estudo "Passeio Plantástico"), e na utilização majestosa da figura do professor Brotero como guia (homenagem ao botânico Félix Avelar Brotero, mas também ao professor Fernando Catarino, aliás, citado no romance, como Rómulo de Carvalho/ António Gedeão e Viiriato Soromenho Marques), e, por outro, pela introdução do fantástico através do encontro de Leopoldo com Camões e do diálogo daquele com as árvores, diálogo diversificado consoante a natureza (isto é, a personalidade) de cada árvore. Esta é, de facto, a ideia chave do livro, que terá forçado o autor a uma demorada investigação científica, ilustrada pelos úteis anexos do romance. O mais forte momento dramático do romance reside, assim, na ajuda que o reino vegetal do Jardim Botânico presta aos "Guerreiros Valentes# no combate contra o bando do Ruffino Cromado e a prática do bullying, repetindo, em 2009, o episódio republicano da "Grande Coça de 1914".
Uma forte chamada de atenção para a atractiva combinação de aparatos estéticos: (1) a mancha gráfica do romance, dotada de um apurado jogo de letras e de separadores, (2) a divisão dos capítulos por minutos (entre as 9h,15 e o meio-dia), (3) o entreacto "trágico" ligado á história da implantação da República e (4) a intercalação no texto de quadros que se, por um lado, vão sintetizando a história das peripécias do General Leo, anunciam, por outro, "nós" bloqueadores da intriga, que o sesenrolar da história posteriormente desbloqueará.
Belíssimo romance para ser incluído no "contrato de leitura" do programa da disciplia de Português e partilhado em sala de aula entre professores e alunos.
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"Miguel Real In "JL - Jornal de Letras, Artes e Ideias", Ano XXIX/Nº 1022, de 2 a 15 de Dezembro de 2009, pp 22 - 23

"De pequenino se lê o livrinho"

Divulgamos a campanha "De pequenino se lê o livrinho". É uma campanha da Fnac
com livros seleccionados pela Casa da Leitura "http://www.casadaleitura.org/" dirigidos
a crianças dos 4 aos 6 anos (pré-leitores). A campanha decorre até 21 de Fevereiro.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Alunos do Jardim Escola João de Deus vêm à Biblioteca com "O Senhor que vivia na Lua"

"O Senhor Que Vivia na Lua e Outras Histórias Divertidas"
de Vera Roquette


Dia 18 de Fevereiro pelas 16h00, os alunos do Jardim Escola João de Deus, estarão na Biblioteca Municipal para apresentar uma encenação do mais recente livro de Vera Roquette, ilustrado por Rita Antunes e editado pela Oficina do Livro.
A autora estará presente para uma sessão de autógrafos.

Este é um livro de histórias alegres. Desde um senhor tão distraído que vai em pijama para o próprio casamento, até uma menina de prata que quer fazer as crianças felizes. Contém as histórias: O Senhor que Vivia na Lua A Princesa Choramingas A Menina de Prata O Colar de Esmeraldas.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Maurício Leite entrevistado pelo Contador de Histórias



Maurício Leite é um brasileiro irrequieto e sem papas na língua. Arte-educador, com trabalho realizado nos mais diversos locais do mundo mas com especial incidência nos PALOP, começou a guardar parte da bagagem em Portugal, nos últimos anos. Foi em Cascais, junto à sua casa, que conversámos sobre o peso dos livros e muitas outras coisas.

FL - Quando se faz uma pesquisa sobre ti, aparecem inúmeras coisas, entre elas “artista plástico”. Como é que te defines?
ML - Sou educador! Sou arte-educador, sou formado em arte-educação e dentro da arte-educação escolhi trabalhar com o livro. Acho que é a arte mais chocante, que mais me toca, que é mais acessível e que é mais necessária. Eu sou de um país pobre e a maior pobreza que alguém pode ter é a pobreza intelectual e eu achei que a maior contribuição que eu podia dar como arte-educador era trabalhar com a literatura infanto-juvenil, com esse intuito de despertar o gosto pela leitura.
Artistas plásticos são os meus plagiadores, se procurares na Internet vais ver um monte de gente que tem o meu projecto mas que nunca me consultou. As pessoas vêem a ideia da Mala e fazem… vão fazendo. Eu, como bom guerreiro, não me incomodo, o que nós temos de mostrar é competência. O que eu posso dizer aos imitadores é “Que pena!”, se me tivessem procurado eu poderia ter ajudado, porque eu nunca cobrei nada para ensinar a fazer o que eu faço.
FL - Já estás em Portugal há algum tempo, o que achas do país ao nível da tua área de trabalho?
ML - Vou falar em geral, nos países de língua portuguesa, onde tenho trabalhado nos últimos anos através da CPLP. Estão todos em pé de igualdade, se bem que Portugal esteja um pouco melhor porque é mais rico e tem mais bibliotecas. Mas há coisas que me chocam muito: no outro dia fui a uma biblioteca e perguntei quantos livros infantis tinham. Tinham doze mil. E quantos leitores? “Há um menino que vem aqui e lê muito”. E o que é que ele lê mais? “O Tio Patinhas, porque nós não emprestamos”. (risos). Acho tudo muito equivocado, todos querem fazer mas têm uma receita mais rançosa, mais velha do que a outra.
Em relação a Portugal, especificamente, não está nem sequer a gatinhar, ainda. Incomoda-me o formato do livro, o preço do livro, o peso dos livros, todos são iguais, todos têm capa dura, todos são incómodos de transportar. Eu, que sou promotor de leitura, se levar cinquenta livros portugueses tenho de contratar um carregador, porque eu não consigo. Estou a falar de livros infantis… São muito presunçosos.
Há coisas boas, mas ainda são poucas, na parte da ilustração. Há muitos artistas plásticos famosos a ilustrar, mas o facto de ser um artista plástico não o faz um ilustrador. Um ilustrador tem que estar mais ligado ao design gráfico, à programação visual, a contar uma história através da imagem ao serviço da literatura.
Por isso eu ainda trabalho com poucos livros portugueses, para crianças. Trabalho muito mais com livros africanos. Eu tenho encontrado verdadeiras pérolas. Por exemplo em Moçambique o livro da Angelina Neves que se chama “A banana vaidosa” é um livro feito em casa, ilustrado em casa e que custa menos de um euro. Assim nós vemos que não é o tamanho do livro, se a capa grossa ou dura que vai definir se a literatura é boa.
FL - Tu costumas dizer, em relação às tuas actividades, que elas valem cada cêntimo. Quanto aos livros, achas que têm um preço excessivo face à qualidade?
ML - Isso não me compete muito mas eu tenho uma opinião: nós não precisamos de comprar um livro novo! Podemos comprar livros usados, podemos comprar livros a dois e podemos ir à biblioteca que eles emprestam.
Sobre o preço do livro eu não sei se é justo, mas acho sempre caro. O único lugar do mundo em que o livro é barato é Cuba, onde é vendido a cêntimos, com papel barato, com edição barata, o importante é a qualidade da literatura e não a sofisticação do livro. Obviamente que se pudermos ter um livro bonito, bem ilustrado, num papel sofisticado é bom, mas isso quando o livro pede, não significa que todos têm que ser assim.
Acho que os editores devem rever certos valores, actualizarem-se. Em França encontramos livros incríveis, cartonados, plastificados, leves, baratos, em Espanha comprei uma colecção em que cada livro custa quatro euros, desdobráveis, que vão durar toda a vida… Acho muito antiquada a postura dos livreiros portugueses.
FL - Mas porque é que achas que isso acontece em Portugal, onde estamos sempre tão interessados em importar modas?
ML - Isso é mais antigo que o mundo… O livro que não fica em pé não é bom! (risos)
FL - Achas que é só mesmo por causa disso?
ML - Por isso é que eu te disse que acho que os livreiros têm de rever certos valores, um é esse. Ou então é o autor que acha que a obra se torna menor se “não ficar de pé” na estante. Hoje entramos numa biblioteca e parece uma ameaça, porque os livros estão todos de pé, a olhar-te.
O que vai definir a qualidade de um bom livro é um bom texto, um texto adequado para a criança, adequado ao tempo actual mesmo que seja uma história antiga. Eu acho que, depois da Playstation, dos Dvd’s, o livro está na idade da pedra, no seu formato e conteúdo, salvo raríssimas excepções. Aquilo que eu digo é sobre aquilo que eu conheço e o que eu conheço é ainda muito pouco, pois estou cá há pouco tempo.
Quando eu fui para Moçambique comecei a ler literatura infanto-juvenil moçambicana e hoje posso falar um pouco sobre ela. Em Angola comecei a ler e encontrei coisas maravilhosas como Dário de Melo. Em Portugal eu estou em fase de namoro, portanto estou a falar do que vejo nas bibliotecas. Acho tudo muito comercial e muito desperdício de papel. Volto a dizer: eu carrego livros! Tenham piedade de nós, promotores de leitura… O ano passado tive uma tendinite de carregar a mala de livros. O médico proibiu-me, mandou-me pôr rodinhas, dividir o peso nas costas… Eu tenho calos nas mãos desde que iniciei esta profissão. Qualquer livro pesado fica fora da minha mala.
FL - Vamos então à Mala de Leitura, queres falar um pouco sobre ela?
ML - Toda gente, quando vê a Mala diz que quer ter uma, mas… A Mala de Leitura vai muito além do que as pessoas vêem. Tem por trás dela critérios muito rigorosos de selecção, tem critérios científicos de avaliação na questão de qualidade/quantidade de leitura e leitores, tem um cronograma, tem um planeamento.
Quando procuramos na Internet encontramos várias Malas, mas têm a Mala, não o espírito. O que eu acho que faço diferente no mundo da leitura é o seguinte: como é que uma quantidade pequena de livros pode atingir uma quantidade maior de pessoas num tempo menor e por um custo mais baixo e sendo itinerante?
Mas como tudo na vida eu tenho de ter um critério, que livros são esses, que comunidades são essas, que tipo de leitor se vai formar, o que pode interessá-los num primeiro momento, por onde começar. Aí começa o meu trabalho, o que acho mais difícil, que é a selecção.
FL - Organizaste uma exposição de brinquedos tradicionais, patente na Biblioteca de Tábua, com peças recolhidas na zona. Quando é que começaste a interessar-te por essa área?
ML - Chamaram-me para fazer um trabalho na Ilha do Bananal, em Mato Grosso. Mas não tinham dinheiro, nem livros. Por isso, comecei a trabalhar com as tradições locais, orações, rezas, lendas indígenas, a história das pessoas, como é que elas chegaram àquela região.
Um dia vi alguém a fazer um brinquedo, feito com buriti, que é uma palmeira muito importante para nós lá na Amazónia. Ela é chamada o “mimo da terra” porque tudo se aproveita, comemos, fazemos óleo, roupa, casas, muitos animais moram nela, outros alimentam-se dos coquinhos.
Um homem fez um aviãozinho, com uma hélice, que mexia e tudo. Eu perguntei e ele tinha aprendido com o avô dele e eu iniciei uma pesquisa sobre brinquedos que tinham história. Em Portugal encontrei muitos brinquedos de origem portuguesa, outros de origem africana misturados com tradição indígena. No Brasil, trabalho muito na zona do nordeste onde há muitas influências portuguesas e holandesas, que se notam nos brinquedos.
Depois começámos a fazer coisas para ganhar dinheiro, a fazer animais que passavam no fundo do quintal, como a sucuri. A sucuri é uma cobra que tem doze metros, a minha tia é especialista em matá-las porque elas estavam sempre a comer os animais, galinhas, porcos.
Se alguém tiver alguma sucuri por aí é só chamar a Tia Rosinha… (risos). Como na Amazónia convivemos muito com a natureza começámos a fazer o que estava em redor e hoje temos um museu de três mil e quinhentas peças, um museu itinerante. Vendemos uma parte de animais e insectos para o Museu de História Natural em Manhattan, eles têm o exclusivo para comprar dez modelos, um contrato de quinze anos, não podemos trabalhar para mais ninguém.
FL - Mas pagam primeiro e só depois é que vocês entregam, não é?
ML - Pagam em Janeiro e nós entregamos em Dezembro… (risos) Mas isto é mais “uma cauda de pavão”, porque é uma coisa muito simples, de uma região muito pobre e eu achei que merecia ser assim “sofisticado”. Quando alguém pergunta “Vocês vendem?” eu respondo “Vendemos”. “Onde?”. “Na loja do Museu de História Natural em Nova Iorque. No final fica bonito…
FL - No fundo esse pode ser um bom exemplo para o nosso país…
ML - Muitas das nossas virtudes no Brasil encontrei-as aqui em Portugal, mas também muitos dos nossos defeitos. Um deles é a fogueira das vaidades dos governantes e outro é não fazer o óbvio.
Tudo o que as pessoas souberem fazer hoje com as mãos vale muito mais porque se torna um produto sem igual no mercado, o que é genuíno.O brasileiro tem a mania de fazer qualquer coisa e achar que o estrangeiro é burro, qualquer coisa serve.
Mas hoje em dia, tudo o que tenha uma base natural, que seja retomar a tradição, trabalhar com uma fibra, com um tingimento natural é muito valorizado. No Brasil encontrei uma amiga que descobriu um algodão que estava quase extinto, que é o algodão-ganga, já nasce castanho, não é preciso tingir.
Ela conseguiu algumas sementes, plantou e ela tem um grande incentivo da Suiça e todos os tecidos de algodão-ganga são vendidos para uma fábrica lá, para fazer capas de sofás. É uma ideia muito simples mas que acaba por ser sofisticada. Ela recuperou uma coisa antiga e tem agora um centro de teares, onde as senhoras vão trabalhar, numa zona muito pobre, em Minas Gerais.
Portugal é muito apegado à sua alimentação, o pão de cada região, o vinho, os frutos, e isso é um potencial. Eu fui a Ponte de Lima e vi uns lencinhos bordados com histórias de amor, num português arcaico, muito bonito. O lenço mais pequeno, com uma pombinha, que dizia “A nossa amizade vai-se acabar no dia em que esta pombinha voar” custava trinta e nove euros. Haverá sempre quem compre porque só lá é que se faz e faz-se muito pouco.
FL - Em termos de promoção do livro e da leitura também achas que estamos a deixar de fazer as coisas simples e a ir para coisas demasiado complicadas?
ML - Não acho que sejam demasiado complicadas, acho é que não é o caminho. Quem quer fazer promoção da leitura não é por aí que deve “soprar”. Para além disso estão todos a “soprar” para sítios diferentes e por isso nunca vai haver “vento”.
A questão está na competência, de boas intenções está o inferno cheio. Qualquer adulto, qualquer professor, qualquer pessoa acha que pode fazer este trabalho.
Mas vamos ser claros, o que é que envolve saber fazer esse trabalho? È preciso sermos um voraz leitor de tudo o que se publica para crianças e jovens e também que conheçamos crianças e jovens!
O que interessa a cada faixa e o que é a literatura, temos que ter um feeling sobre o que é um bom livro. A minha mestra Francisca Nóbrega ensinou-me o que nenhuma faculdade me ensinou: dar o livro certo, para a pessoa certa, na hora certa e sair de perto. Para isso é preciso ter competência.
Quando tu vais ao médico para ser operado, ser ele não for competente ele mata-te ou deforma-te. Para um piloto de avião ou outra profissão qualquer é preciso ser competente, mas quando chegamos á promoção da leitura qualquer um acha que pode fazer.
Em quase todos os lugares, quando alguém abre a boca para falar de promoção da leitura diz a primeira heresia: “Tem que se criar hábito”. Eu acho que o mesmo tempo que se demora para criar um hábito demora para formar um leitor, a competência é que é diferente. Hábitos adquirimos e perdemos ao longo da vida, mas aquilo que é feito pelo prazer não se perde nunca.
A primeira coisa que acho errada é que todos os projectos vêm “atrelados” à escola. A escola não é um bom lugar, não é um lugar bom, não está bem. Ninguém gosta da ministra, ninguém está contente com o que ganha, ninguém está satisfeito. A escola é uma enxaqueca. Oitenta por cento dos que lá estão não são educadores, estão lá porque não arranjaram outra coisa para fazer, porque não tiveram coragem, porque não tiveram competência e como o Ensino não avalia qualquer coisa serve.
Porque não fazer os programas de leitura noutros locais? Porque não fazer na praça? E a Biblioteca? Porque é que não cumpre a sua função de levar o livro e a cultura? A Biblioteca espera que tu sejas leitor e vás lá. A maioria vai para estar na Internet, o resto vai para ler livros obrigatórios da escola, outros vão ler o jornal, enfim…
FL - Alguma mensagem que queiras deixar?
ML - Tudo vale a pena se a Mala não é pequena… (risos)



Livro
ML - O que eu mais gostei nos últimos tempos é uma nova versão, espanhola, do “Soldadinho de Chumbo” e é um livro de imagem.



Disco
ML - Quero sugerir um disco que é da Ala dos Namorados, que é o que mais gosto do pouco que conheço da música portuguesa. Quando eu estive em Maputo estive doente durante uns dias e não pude sair de casa. Na RTP só passava Ala dos Namorados a tocar “O Fado do Passarinho”, que eu amo.

Maurício Leite - "O aventureiro da literatura "

O aventureiro da literatura

O contador de histórias Maurício Leite percorre o país para estimular a paixão pelos livros em crianças e adolescentes O educador Maurício Corrêa Leite tem 43 anos e até hoje recorre ao “Era uma vez…” para iniciar uma boa conversa. Leite é viciado em histórias infanto-juvenis. Corresponde-se com grandes escritores brasileiros, participa de feiras de livros, não perde lançamentos. É um contador de histórias. “Vendo o prazer da leitura”, diz. Traz na memória cada palavra de todos os 50 livros que carrega numa mala azul-escura, de compensado de madeira. Peregrina por escolas, livrarias, teatros, igrejas e tabas indígenas para conquistar novos leitores.
Os livros variam. As histórias, escolhe a dedo. Na mala de Leite estão clássicos da literatura nacional e mundial. Livros de Machado de Assis, James Joyce e Umberto Eco perfilam-se com os de Ana Maria Machado e Lygia Bojunga, vencedoras do Hans Christian Andersen, o Nobel da literatura infanto-juvenil. Marcelo, marmelo, martelo, de Ruth Rocha, Ponto de tecer poesia, de Sylvia Orthof, e Cena de rua, de Angela Lago, ocupam lugar de destaque. ”O livro atiça a imaginação, entretém, educa”, diz ele. “É uma viagem por realidades variadas, cheia de prazer.”
Solteiro, Leite começou a garimpar leitores em 1980, na Ilha do Bananal, entre o Tocantins e Mato Grosso. Trabalha na região até hoje. Nas comunidades indígenas e na zona rural, encanta ouvintes e ensina crianças e adolescentes a brincar com as palavras. No início, esperava a hora da missa, pedia permissão ao padre e contava uma história com o livro na mão, antes da celebração. Nos primeiros anos, recebeu apoio do Unicef e de uma fundação americana. Hoje, vive dos convênios com escolas para desenvolver programas de leitura e capacitar professores e presta consultoria a projetos de geração de renda com o artesanato em aglomerados pobres.
Seleciona as obras com a ajuda da educadora Cristiane Salles, com quem trabalha há 12 anos. Ela lê os lançamentos infanto-juvenis e os avalia. O projeto dos dois atraiu o interesse de instituições de ensino dos grandes centros urbanos. Cristiane coordena, desde 1999, o programa de leitura da Escola Arvense de Brasília, de ensino infantil e fundamental. Diariamente, os alunos participam da Hora da Mala. Os livros circulam pelas salas. Hoje, os 500 estudantes lêem, em média, 120 títulos por ano. A convite da Universidade de Nova York, Leite ensina empresários e educadores americanos a desenvolver na criança o amor pela literatura. O contador de histórias quer criar uma legião de apaixonados por livros no planeta.
Maria Clarice Dias, de Brasília

Revista Época
Edição 144 19/02/2001
http://epoca.globo.com/edic/20010219/cult6a.htm

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Tomas Bakk

Tomas Bakk 1ª parte

Contador de Histórias Tomas Bakk-2ª Parte

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Nova entrevista com Mauricio Leite



Tendo a literatura como destino
Estradas de terra em campos minados, longas viagens em uma frágil canoa, noites sem luz, dias e dias em lugares isolados. Para promover o livro e a literatura, o mato-grossense Maurício Corrêa Leite sempre enfrentou desafios assim. Aos 54 anos, esse educador errante já passou por maus bocados. Em 2008, por exemplo, pegou malária em Angola. Mas nada disso o impede de seguir sua trajetória. Ao contrário. Como ele conta ao site do Instituto C&A, em entrevista concedida por telefone de sua casa em Cascais, Portugal, os desafios o impulsionam sempre mais.

“Quando vou trabalhar num lugar, escolho sempre o pior. Em Angola, por exemplo, trabalho em escolas que não têm quadro, não têm giz, não têm nada. As crianças escrevem com o dedo no chão, fazem contas com pedrinhas e nunca viram livro na vida. Mostrar o livro pela primeira vez para uma criança e participar desse momento de sua vida é um privilégio. O livro é a única janela que pode abrir o mundo para que ela veja uma outra realidade além da sua”, diz ele.

Das inúmeras experiências vividas em Angola, Leite cita um episódio ocorrido há pouco tempo, quando chegou a um vilarejo solitário bastante distante de Luanda. Depois de balançar três dias num carro por estrada de terra batida, depois de passar por um parque natural de leões, ele não foi bem recebido.

“As crianças dessa região nunca tinham visto um branco e há uma lenda do tempo da colônia que conta que existia um português que cortava a cabeça das crianças que ficassem zanzando pelas matas. Elas me viam e corriam. Com os dias, fui me aproximando e, no final da semana, já estava amigo das crianças. Elas sabiam meu nome, o nome das histórias e dos livros que li”, relembra.

Além de realizações inesquecíveis, o trabalho de Leite em Angola lhe rendeu uma indicação ao Astrid Lindgren Memorial Award. Instituído pelo governo sueco e atribuído anualmente, o prêmio é considerado o mais importante da literatura infantil de todo o mundo. “Essa indicação me envaidece por ter sido feita pelo governo de Angola”, diz Maurício.

Acompanhe abaixo um pouco mais da história desse educador, que leva a vida promovendo o livro e a literatura.

Instituto C&A – Qual foi seu percurso para chegar à área de promoção da literatura?Maurício Corrêa Leite – Sou formado em teatro e andava com uma dessas malas que têm boneco, fantoche, maquiagem e fantasia. Como tinha sido professor e sempre trabalhei com movimentos ligados a causas sociais e à educação de minorias, qualquer dinheirinho que conseguia era para comprar livro. Um dia, olhei para minha mala e pensei: isso aqui dá uma bela biblioteca. Empurro a parte de teatro para cá, ponho os livros aqui e pronto! Criei essas bibliotecas itinerantes por uma necessidade, por um desespero: queria saber como uma quantidade menor de livros poderia atingir uma quantidade maior de crianças, num tempo menor e com um custo mais baixo.

Instituto C&A – Por onde sua mala já andou?MCL – Comecei a trabalhar com a mala de leitura em 1980, na Ilha do Bananal (atual estado do Tocantins), em aldeias indígenas e escolas da zona rural. A mala andou pelas capitais brasileiras e pelo interior do país. Em 1990, tornei-me fellow da Ashoka, que me abriu uma porta internacional. Meu trabalho fora do país começou nos Estados Unidos e foi para o México, África, Portugal e Espanha.

Instituto C&A – Como você define seu trabalho?MCL – O que tento fazer de uma forma menos poética e mais científica é despertar nas pessoas o gosto pela leitura. Sem blá-blá-blá, teatrinho, bonequinho, dancinha... O objeto principal do meu trabalho é o livro.

Instituto C&A – Você se coloca como um profissional da mediação da leitura?MCL – Não sou mediador de leitura. Sou promotor de leitura, incentivador de leitura. Acho que mediador de leitura é uma profissão que não existe. Se você é leitor, pode passar aquele prazer que adquiriu para outras pessoas. Por que mediar? No tempo em que você está mediando, vá lá e forme um leitor.

Instituto C&A – E é possível formar um leitor? Há caminhos a serem seguidos?MCL – Acho que sim. Para isso, tem que ter livros e um plano de trabalho, um programa para o livro. Tem que saber até onde você vai levar esse leitor. Eu trabalho com a criança como se fosse o último dia da minha vida, porque não sei quanto tempo vou ter ali para alimentar aquela fome de livro e de leitura nela. Faço o trabalho como se fosse a última vez. Mais do que ficar falando da importância de ler, é fundamental sentir na pele o prazer e o gosto da leitura. Não vejo outras palavras quando se vai trabalhar com leitura: prazer e gosto. É sempre importante lembrar que a literatura não é uma coisa técnica. É arte e é prazer. E você não pode dar um prazer mecânico. Você não pode dar uma coisa que não tem. Se não aconteceu com você, não pode acontecer com outro. Não é verdadeiro.

Instituto C&A – Seu trabalho é desenvolvido junto a escolas?MCL – Mais do que escola, gosto de trabalhar com a família. Pai, mãe, avó, avô... O pai, por mais simples que seja, uma vez convencido de que aquilo que você está fazendo é bom para o filho dele, será seu aliado. Acho que isso diferencia um pouco meu trabalho: a possibilidade de falar para as famílias. Na Ilha do Bananal, por exemplo, eu falava depois da missa, quando a comunidade estava toda reunida, ou ia a associações de moradores antes da reunião e lia uma história para eles, ou no conselho de índio da aldeia. Sempre fui buscando mostrar para os pais o que o filho ganharia se eles apoiassem esse trabalho.

Instituto C&A – Por que ler literatura?MCL – A literatura te permite conhecer as emoções humanas profundamente. Lendo um livro a gente fica triste, alegre, às vezes até tem ideias e complementa a história. Acho que esse é o grande ganho que você tem: poder elaborar as emoções humanas. A leitura vai te dar conhecimento e um monte de outras coisas. Lendo, você vai aprender mais, vai ficar mais culto. Mas isso não é o mais importante. Isso tudo é o resíduo que a literatura deixa. A literatura é legal porque trata da emoção humana.Outra coisa muito legal que o livro estimula é a concentração, que é fundamental para tudo na vida. Para ler um livro, você tem que ter concentração. Só assim você vai ter aquele abandono de se atirar numa poltrona e ficar duas horas ali. Sozinho, com o livro na mão, sem estar sozinho nem por um segundo. Acho uma bobagem aquelas propagandas que dizem “quem lê viaja” e não sei mais o quê. A leitura traz o conhecimento. Você pode não ter tido o privilégio de estudar muito na vida, de ter tido instrução, que é o que a escola dá. Mas cultura é com o livro. As pessoas me falam que eu tenho muito tempo para ler. Eu respondo: tempo para ler eu não tenho, mas eu roubo tempo do dia para a leitura.

Instituto C&A – Como se lê uma história?MCL – Quando você assume o papel de apresentar um livro, tem de ter um certo preparo, fazer bem a lição de casa. Tem de conhecer o livro e o ritmo das palavras, não mudar as vírgulas do lugar, ler as reticências nos tempos normais... O livro é sua partitura. Se você der uma pausa além daquela que o autor indicou, pode mudar todo o sentido da história naquele momento. Tento ser sempre fiel à música do livro. É para rir naquele momento? O autor quer que a criança sinta muita alegria, quer que o leitor fique mais reflexivo, quer que sinta uma pontinha de saudade? Ele diz. É como cantar uma música. Cantar a música que o autor compôs.

Instituto C&A – Como diferencia a prática da leitura da prática da contação de histórias?MCL – Ouvir histórias forma o ouvinte. Todo mundo conta história o tempo todo e a gente gosta de ouvir. Se você está num ponto de ônibus e alguém está contando uma boa história, você ouve. Acho que é natural da gente contar e ouvir histórias. Isso é uma coisa. É um universo que eu acho lindo, mas não trabalho com ele por não ter tanto repertório e por achar que não tenho tanta graça assim. Trabalhar com o livro é outra coisa.

Instituto C&A – O que te motiva a fazer esse trabalho de promoção da leitura?MCL – Não sei fazer outra coisa, nunca fiz outra coisa na vida. Sempre gostei muito de ler. No primeiro dia em que eu fui à escola, cheguei em casa, arrumei as cadeiras que minha mãe tinha na sala de jantar, peguei giz e quadro negro e alfabetizei aquelas cadeiras todas. Sentava na cadeira, fazia pergunta, voltava, vinha, fazia papel de professor e respondia. Logo depois comecei a escrever cartas para a minha avó, que tinha muitos filhos. Também escrevia cartas para um senhor que morava perto da minha casa. Ele tinha um problema na mão e sempre me pedia para escrever para seus parentes na Bahia... Foi assim que eu comecei a escrever e a ler cartas. Na igreja, ajudava as senhoras que não enxergavam ou não sabiam ler. Lia para elas as coisas da Bíblia, das rezas, das orações...

Instituto C&A – E como você se tornou um leitor?MCL – Com 11 anos, li Monteiro Lobato. E você não lê Monteiro Lobato impunemente. Você vira leitor. Quando você lê Monteiro Lobato, já fica pronto para a vida!

Instituto C&A – O que acha da literatura infanto-juvenil do Brasil atual?MCL – O Brasil é um dos melhores e maiores países do mundo em qualidade de escritores e ilustradores. A gente exporta e esbanja talento. Escritoras como Ana Maria Machado e Lygia Bojunga Nunes são traduzidas em tantas línguas que eu nem saberia dizer. É muito bom poder trabalhar num país que tem essa boa literatura, desde Monteiro Lobato até aqui. As poesias da Roseana Murray, os livros da Stella Maris Rezende, os livros do Bartolomeu Campos de Queirós... Nossa, são de arrepiar o cabelo de lindura! Os livros da Lygia Bojunga Nunes... A Marina Colasanti com aqueles contos de fadas fantásticos. A Cora Coralina, que escreveu para criança, o Drummond, que escreveu para criança, o Jorge Amado, que escreveu para criança... É muito fácil fazer esse trabalho no Brasil. Mas esse é o tipo de trabalho que não dá para maquiar. Ou você é leitor a ponto de se empolgar tanto e querer dividir aquilo, ou não sai.

Instituto C&A – E a atual situação da leitura de literatura no Brasil, como você vê?MCL – Tem uma passagem no livro “Admirável Mundo Novo” (de Aldous Huxley, Editora Globo, 2009) que sempre uso como exemplo. Tudo ali era dividido por classes. Um dia, os filhos dos pobres da classe operária são levados a uma biblioteca muito linda, com livros lindos, encadernações lindas. E toda vez que eles tocam no livro, o livro dá um choque, que é para eles saberem que aquilo não é para eles. Eu acho que até hoje ainda dão esse choque na população brasileira. Há muito discurso, mas não acredito que o livro seja visto como uma coisa fundamental. É claro que o Brasil tem problemas sérios, como saúde, mas tudo passa pela cultura, pela leitura, pela informação.

Instituto C&A – Que dicas daria para cativar o leitor iniciante?MCL – Usar a técnica que aprendi com minha professora Francisca Nóbrega: levar o livro certo para a pessoa certa na hora certa. O que serve para João provavelmente não encantará Maria, se João gosta de aventura e Maria é mais romântica... Se você vai trabalhar com criança, preste atenção em cada uma. Se o Miguel de 7 anos vem de uma casa onde se lê e ele já tem uma certa prática de leitura, pode ter mais maturidade do que o Pedro, que tem 9 anos, mas não tem prática de leitura. O Brasil adota muito o critério de faixa etária para trabalhar leitura, o que é uma coisa errada. Isso quem inventou foi quem vende livro. Eu não vendo livro, eu vendo leitura.

Instituto C&A – Alguma indicação de leitura para jovens que trabalham com o incentivo à literatura?MCL – O livro “Gostosuras e Bobices”, de Fanny Abramovich (Scipione, 1994). Ali tem tudo para quem quer fazer um trabalho de promoção de leitura e ficar à vontade com esse mundo. É minha bíblia.(Por Lucila Rupp)


Fonte:





e mais :



Brincar com os livros para estimular a leitura das crianças



O livro é um jogo desde o nascimento do bebê. Um livro nas mãos de uma criança pode levá-la a voar por mundos de fantasia, imaginação, de magia... e chegar a transformar este encontro em um verdadeiro turbilhão de sensações, vozes e ruídos. É que um livro é também uma grande ferramenta de jogo, e como tal, tem que estar presente na vida de uma criança desde seu nascimento.
Um gesto tão simples como ler um conto para uma criança pode eternizar uma afeição (hobby) enriquecedora durante toda a sua vida. GuiaInfantil.com encontrou um material importante sobre como converter o livro num brinquedo.
Cinco idéias para brincar con um livro



O JOGO DAS VOZES
Qualquer conto por pequeno que seja, pode transformar-se num jogo de vozes e ruídos. As mudanças de tons, encantam aos pequenos: as vozes agudas, as graves, as que imitam as crianças, a uma bruxa, os sons da água, do vento, dos animais... Assim aprendem a identificar aos distintos personagens: os bons, os maus, os mais jovens ou os mais velhinhos. O certo é que qualquer elemento criativo captará sua atenção! Nota: Para crianças de 0 a 8 anos.



DESENHE A ESTÓRIA
Só são necessários lápis de cores, cartolinas e um narrador. O jogo consiste em que as crianças representem as distintas sequências do conto: o começo, meio e o fim. Podem fazer quantos desenhos quiserem. O importante é deixar sua criatividade livre. Além disso, observando seus desenhos pode-se aprender centenas de coisas: o que mais as chamam a atenção será o maior, e o que menos gostam o omitirão ou serão muito pequenos...Os encantarão ter suas próprias ilustrações dos contos! Nota: Para crianças de 3 a 8 anos. A partir dos 6 anos também se pode propor que escrevam pequenos textos no rodapé dos desenhos, assim fabricarão seus próprios contos.



FAZENDO TEATRO
É hora de tirar do baú: um guarda-chuva, umas luvas, colares de plástico, cintos ou um colete. Qualquer roupa antiga será o perfeito disfarce. Também ajudará um set de maquilage infantil para caracterizar uns bigodes, uma cicatriz ou para "envelhecer" o semblante. Representarão o seu conto favorito!
Nota: Para crianças de 5 a 8 anos. A partir dos 7 anos também pode-se propor que escrevam um pequeno roteiro para adaptar a história do livro.



O SUPER DETETIVE
Se o que se quer é desenvolver sua atenção, só tem que sugerir a eles que sejam um "super detetive". O jogo consiste em buscar pistas secretas: podem ser cores, palavras que comecem por A, ou B, palavras no plural, no masculino, no feminino, palavras que escrevam com H. Pode estabelecer um limite de tempo ou de palavras e no final pensar em uma grande recompensa...Que tal sua sobremesa favorita? É fantástico para a ortografia, o vocabulário e a linguagem!
Nota: Para crianças de 7 a 12 anos. Cada detetive tem que ter seu próprio livro de detetive e uma caneta para poder anotar todas as pistas. Se muitas crianças participam, cada um pode utilizar uma caneta de cor diferente.



INVENTANDO OUTRO FINAL
Com certeza deve haver algum livro com um final pouco divertido, assim que a solução é combinar com toda a família um final perfeito. Cada um apresenta sua idéia e entre toda a família se decide que "pedaço da história" é o melhor. É uma forma de conversar sobre um livro: os personagens, o contexto, as diferentes situações, etc. O jogo pode se complicar em função da idade dos participantes.
Nota: Para crianças de 5 anos em diante. Este jogo não tem idade e com certeza existem centenas de finais para serem modificados.

Escrito por GuiaInfantil.com Brasil google_protectAndRun("render_ads.js::google_render_ad", google_handleError, google_render_ad);

Fonte:


http://br.guiainfantil.com/leitura-infantil/83-brincar-com-os-livros-para-estimular-a-leitura-das-criancas.html

Estímulos á Leitura Infantil


Conselhos de como aproximar nossos filhos aos livros e à leitura
Todos sabemos que o hábito da leitura é um grande estímulo à criatividade, imaginação, inteligência, e à capacidade verbal e de concentração das crianças. Sabemos também que os livros deveriam estar presentes no dia-a-dia das crianças, do mesmo modo que seus brinquedos. Os livros nos enriquece a todos e nos leva a mergulhar em aventuras, histórias, e em riquíssimas informações.
O livro é uma grande janela para a formação em todos os sentidos. Poderíamos estar falando e falando acerca dos benefícios do livro para as crianças, mas não pararíamos jamais. O importante é ter claro que os livros são importantes, mas o ato de ler, se possível todos os dias, é o que levará seu filho a este cantinho tão gostoso que é a aventura do saber, do conhecer, e do descobrir. Além disso, se os pais compartilham o momento da leitura de um livro com os filhos, estarão estabelecendo um laço especial entre ambas as partes.
Um leitor não nasce, se faz
O interesse pela leitura deve-se inculcar desde o berço, e tratar com persistência e dedicação, que se converta num hábito. É fundamental para as crianças que aprendam a buscar conhecimentos mediante a leitura desde a mais tenra idade. As crianças devem ouvir estórias o quanto antes possível. Recomenda-se, entretanto, que o façam com disciplina, ou seja, tendo preconcebida uma hora ao dia para fazê-lo. Poderia ser na hora de dormir, ou depois de comer, e longe de qualquer distração.
Não é necessário esperar que uma criança leia para que ela possa ter contato com os livros. Existem livros para todas as idades. Livros só com ilustrações, para que os pais vão indicando o nome de cada figura e fazendo com que o bebê repita. Há livros com vocabulários, ou seja, que além da imagem, leva também o nome embaixo da mesma, para que o bebê vá visualizando as letras e as palavras. E os livros com texto e ilustrações para as crianças que já sabem ler.
Os pais de crianças que ainda não sabem ler, devem ler uma ou mais vezes, conforme seus filhos lhes peçam. Não devem limitar seus gostos. Que leiam o que lhes interessam, seja o que seja.
Os pais devem valorizar o momento da leitura dos filhos. Valorizar e diversificar os temas falando deles com as crianças, favorecendo todo tipo de livro, seja do material que for (papel, cartão, plástico, etc.), e valorizar o tempo que as crianças dedicam à leitura.
Os benefícios da leitura para as crianças
Os benefícios do livro para as crianças são incalculáveis e para toda a vida. Leva a criança a querer ler, a buscar saber, a adentrar-se no mundo da arte, do desenho e da imagem através das ilustrações. Aumenta sua habilidade de escutar, desenvolve seu sentido crítico, aumenta a variedade de experiências, e cria alternativas de diversão e prazer para ela.
De passagem, a criança aprende a converter facilmente as palavras em idéias, imagina o que não viu e faz com que consiga mergulhar na situação emocional do personagem, provando sensações como o perigo, o mistério... A criança se diverte ou chora através dos livros. Além disso, a criança aprende valores comuns. O de ser uma criança boa e amiga, por exemplo, como Peter Pan. A criança desenvolve consciências conhecendo a si mesma, formando critérios, sem contar que a ajuda a escrever e a relacionar-se melhor socialmente.
Hoje em dia parece ser que o interesse pela leitura tem experimentado um crescimento por parte das crianças. E a oferta tem acompanhado essa demanda. As editoras de livros infantis não só aumentaram a quantidade de produtos como também melhoraram sua qualidade. Se damos um passeio pelas livrarias e bibliotecas infantis, podemos encontrar uma infinidade de livros repletos com as mais curiosas ilustrações, cheios dos temas mais interessantes... Cada dia são mais irresistíveis!
Além dessa oferta de livros, nota-se também que foram criados espaços de leitura exclusivamente para as crianças nas escolas, bibliotecas, livrarias, etc.
Os livros já ocupam espaço em muitos quartos de crianças, desde sua idade mais pequena. Isso demonstra que os pais estão cada dia mais conscientes do valor da leitura. E serão eternamente agradecidos por isso.

Fonte:
http://br.guiainfantil.com/leitura-infantil/94-estimulos-a-leitura-infantil.html

Palavras Andarilhas

Palavras Andarilhas - Cristina Taquelim

Entrevista completa :

http://videos.sapo.pt/zOT5Rh6tKOcyPRUJdV6Y

Palavras Andarilhas - A Cachupa - Miguel horta

Entrevista com: Cristina Taquelim

Cristina Taquelim é mediadora de leitura e é nessa qualidade que trabalha com narração e
promoção da leitura. Sobre si diz: “ Nasci a primeira vez – que me lembro – numa pequena cidade do Sul e desde então tenho nascido todos os dias. Todas as vezes que se rasgou uma cortina e se abriu um pouco mais o meu olhar interior. Todas as vezes que se alargou a minha compreensão do mundo e dos homens. Morro também todos os dias... na morte da rigidez e inflexibilidade do ser que sou e que vai morrendo em cada pequena traição ou descoberta, para se transformar em pedra ou vento, para se perder ou se libertar... e a razão em estar aqui hoje, de trabalhar em livros, contos e leituras, é apenas e mais uma vez, essa estranha necessidade que desde sempre me acompanha de nascer e morrer, de transformar e transformar-me”.

Assista a entrevista completa:
http://videos.sapo.pt/zOT5Rh6tKOcyPRUJdV6Y

Truques para incentivar as crianças à leitura

Infelizmente ouvimos , com certa frequência , crianças de 6, 10, 12 anos a dizer que detestam ler. O escritor e ensaísta Rolande Causse ensina alguns truques que pretendem introduzir as crianças no maravilhoso e fascinante mundo da leitura. Passo, assim a enunciar algumas das astúcias para os pôr a ler:
Objecto livro: É preciso que eles tenham prazer em virar a página e descobrir as imagens. Por que não oferecer um livro de fotografias, um albúm de história, qualquer livro que tenha imagens atractivas.
Literatura e gulodices: Para organizar em casa: associar livros e divertimentos. Convidam-se amigos, fazem-se os petiscos que eles mais gostam e cada um lê um bocado de um livro à sua escolha.
Eles escolhem ... nós lemos: Na livraria, têm carta branca para escolherem um livro. De regresso a casa lemos-lhe o livro ... com entoação, graça, teatrialidade. Isto também funciona com os crescidos. Miraculosamente, ao virar uma página eles pegam no livro para dizerem: " Agora eu continuo sozinho."
Era uma vez ... Jogos de vídeo, desenhos animados japoneses ...esta é uma geração que nasceu num banco de imagens. Deste modo, não devemos esquecer os contos tradicionais, pois fornecem metáforas, personificações literárias que os vão ajudar na construção do imaginário e que os os hão-de levar a outros tipos de leitura.
Companheiro indispensável: Vão almoçar fora ao jardim ou esplanada: " Trouxeste o teu livro?" O livro deve passar a ser o novo companheiro, o objecto de transição - `semelhança dos ursos de peluche, ou qualquer outro brinquedo. Note que este hábito deve ser criado desde o berço.

Biblioteca fantasia




Estes são dois exemplos de bibliotecas fantasia em miniatura. É sem dúvida um excelente trabalho que deve ter exigido muito empenho e dedicação.
Parabéns ao autor (a)!



















Fonte: Flickr
http://balcaodebiblioteca.blogspot.com/search/label/Curiosidades

10 mitos sobre bibliotecas públicas e bibliotecários


Existem alguns mitos sobre bibliotecas e bibliotecários que por vezes afastam alguns utilizadores da porta de acesso local à informação e ao conhecimento : as bibliotecas. Porém, aconselho a leitura deste artigo e em seguida a visita às bibliotecas públicas. Verá que terá vontade de lá voltar.
1. Os bibliotecários têm muito tempo para ler no trabalho - FALSO. As funções de um bibliotecário são muito variadas: catalogação, indexação e classificação de recursos; acompanhamento e orientação de utilizadores; promoção de iniciativas de difusão da informação, entre outras. Sublinho que convém que os profissionais da informação estejam bem informados sobre o que se passa a nível mundial para proporcionar um melhor serviço aos seus utilizadores. Deste modo , a leitura de jornais e revistas é essencial para o sucesso , no serviço de referência.
2. Todos os bibliotecários são leitores rápidos - FALSO. O bibliotecário, tal como qualquer leitor, tem o seu próprio ritmo de leitura.
3. Os bibliotecários não são fisicamente atractivos - FALSO. Quem sabe se não anda por aí uma bibliotecária parecida com a Angelie Jolie e um bibliotecário parecido com o Tom Cruise?
4. As bibliotecas públicas são somente ocupadas durante o período escolar - FALSO. Durante todo o ano , as bibliotecas tentam atrair os utilizadores com actividades, no âmbito da promoção da leitura. Além disso, as bibliotecas públicas tem outro tipo de utilizadores: adultos, idosos e crianças em idade não escolar.
5. As bibliotecas públicas são somente ocupadas durante o Verão , pois as crianças estão de férias - FALSO. Durante o período escolar são normalmente promovidas visitas de estudo e muitas crianças procuram as bibliotecas como um local de estudo e pesquisa.
6. As bibliotecas são visitadas somente por utilizadores que não têm recursos para comprar os seus próprios livros - FALSO. As bibliotecas públicas disponibilizam uma variedade de serviços , não se restrigindo apenas ao empréstimo. 7. O trabalho da biblioteca é aborrecido - FALSO. Estão a brincar? Um trabalho onde é possível proporcionar informação e o conhecimento aos cidadãos, permitindo o seu desenvolvimento cultural só pode trazer alegrias. Além disso, as bibliotecas são locais onde são promovidas actividades de lazer (visitas de estudo, entrevistas com escritores, hora do conto e etc). Garanto que é muito estimulante utilizar a nossa imaginação e criatividade para promover a leitura e o livro.
8. Usar um computador na biblioteca é inconveniente e complicado - FALSO. Onde mais pode você usar um computador gratuitamente, sem ter de se preocupar com o software, os programas e suas actualizações e anti-vírus. Se a impressora bloquear só necessita de pedir o auxilío de um funcionário e ele resolve o problema. Se tiver dificuldade nas suas pesquisas, basta também pedir a orientação de um profissional da informação. É muito simples!
9. Você tem que esperar eternamente para conseguir um bestseller ou um filme recente - FALSO. Com certeza haverá a preocupação de criar uma lista de interessados no livro ou filme com a respectiva data do pedido. Poderá ter que esperar um pouco, mas lembre-se que a paciência é uma virtude.
10. Os bibliotecários são felizes em seu trabalho. Finalmente, um mito que é VERDADEIRO.
Fonte:
Publicada por Cláudia Lopes

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Baú Intinerante!

O Baú das letras foi convidado para ler histórias e saiu da Biblioteca, carregado de livros e outros adereços.

No Centro de Acolhimento Temporário -Gaivota. pelo Dia de São Martinho. Aqui foi contada a lenda deste santo e foram lidas outras histórias.

No Centro Infantil - A Semente
O Baú levou contos e música de Natal.



14 de Maio de 2010

O Baú tem vindo a consolidar as suas actividades e tem visitado vários espaços educativos.
Durante a Semana da Leitura / Maré de Contos, visitou várias escolas e infantários e levou muitos livros, muitas histórias, que deliciaram os mais novos.

Desde aí não tem parado.
Esteve presente na Feira da Juventude, preparou duas leituras encenadas, com crianças, para serem apresentadas aos idosos dos lares e centros de dia que visitam a biblioteca.

Tentaremos que neste espaço, d'O Baú Itinerante, sejam dadas as notícias actualizadas dos vários percursos deste grupo de leitores / contadores de histórias que vão percorrendo o concelho.
































































A Casa Muito Engraçada- Vinicius de Moraes

A Casa Muito Engraçada- Vinicius de Moraes

http://www.youtube.com/watch?v=le2PsqaW8xs&feature=related

O Sapo não lava o pé - DVD Galinha Pintadinha

http://www.galinhapintadinha.com.br/

LA CANCION DE LAS RANITAS

http://www.youtube.com/watch?v=A4xeidmjy6s&feature=related

O Pato - Toquinho

http://www.mundodacriança.com/

Aquarela - Toquinho

Documentário: Teatro de Sombras de Ofélia

Teatro de Sombras de Ofélia

Teatro de Sombras de Ofélia

domingo, 24 de janeiro de 2010

"Diàrio inventado de um menino já crescido"



Todos nós vivemos acontecimentos extraordinários, conhecemos pessoas especiais, presenciamos momentos irrepetíveis. O problema é que, quando começamos a crescer, começamos também a esquecer muitos desses acontecimentos, dessas pessoas, desses momentos. É para isso que servem os Diários. Para guardar a nossa memória. Um dia, resolvi chamar o menino que já fui à escrita e pedi-lhe para escrever algumas das coisas de que ele ainda se lembra: os colegas, a avó, o pai, as múltiplas e, por vezes, contraditórias aprendizagens de que é feito o nosso crescimento. E assim nasceu este Diário que é um bocadinho verdadeiro e um bocadinho inventado e que foi escrito pelo menino já crescido que sou."
É o próprio José Fanha que assim fala sobre o seu livro que apresentámos aos nossos jovens em Monção. Um texto de grande fluidez e capacidade comunicativa que aproxima o discurso literário do quotidiano escolar: estabelece-se uma cumplicidade entre o leitor e o escritor quando este partilha as suas experiências naquela mesma idade. Mas os temas não são inocentes. Criam atmosferas emocionais importantes para uma educação sentimental e tocam em assuntos sérios como o Racismo, o Machismo ou ainda a Morte (como em "Para sempre"- um belo e tocante texto). Eis algumas das razões que nos levaram a escolher esta obra como um dos nossos "livros de mão".




Fonte:
Publicada por Miguel Horta no Blog tasse a ler em 18:37 3 comentários
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