O BAÚ DAS LETRAS

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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Maurício Leite - "O aventureiro da literatura "

O aventureiro da literatura

O contador de histórias Maurício Leite percorre o país para estimular a paixão pelos livros em crianças e adolescentes O educador Maurício Corrêa Leite tem 43 anos e até hoje recorre ao “Era uma vez…” para iniciar uma boa conversa. Leite é viciado em histórias infanto-juvenis. Corresponde-se com grandes escritores brasileiros, participa de feiras de livros, não perde lançamentos. É um contador de histórias. “Vendo o prazer da leitura”, diz. Traz na memória cada palavra de todos os 50 livros que carrega numa mala azul-escura, de compensado de madeira. Peregrina por escolas, livrarias, teatros, igrejas e tabas indígenas para conquistar novos leitores.
Os livros variam. As histórias, escolhe a dedo. Na mala de Leite estão clássicos da literatura nacional e mundial. Livros de Machado de Assis, James Joyce e Umberto Eco perfilam-se com os de Ana Maria Machado e Lygia Bojunga, vencedoras do Hans Christian Andersen, o Nobel da literatura infanto-juvenil. Marcelo, marmelo, martelo, de Ruth Rocha, Ponto de tecer poesia, de Sylvia Orthof, e Cena de rua, de Angela Lago, ocupam lugar de destaque. ”O livro atiça a imaginação, entretém, educa”, diz ele. “É uma viagem por realidades variadas, cheia de prazer.”
Solteiro, Leite começou a garimpar leitores em 1980, na Ilha do Bananal, entre o Tocantins e Mato Grosso. Trabalha na região até hoje. Nas comunidades indígenas e na zona rural, encanta ouvintes e ensina crianças e adolescentes a brincar com as palavras. No início, esperava a hora da missa, pedia permissão ao padre e contava uma história com o livro na mão, antes da celebração. Nos primeiros anos, recebeu apoio do Unicef e de uma fundação americana. Hoje, vive dos convênios com escolas para desenvolver programas de leitura e capacitar professores e presta consultoria a projetos de geração de renda com o artesanato em aglomerados pobres.
Seleciona as obras com a ajuda da educadora Cristiane Salles, com quem trabalha há 12 anos. Ela lê os lançamentos infanto-juvenis e os avalia. O projeto dos dois atraiu o interesse de instituições de ensino dos grandes centros urbanos. Cristiane coordena, desde 1999, o programa de leitura da Escola Arvense de Brasília, de ensino infantil e fundamental. Diariamente, os alunos participam da Hora da Mala. Os livros circulam pelas salas. Hoje, os 500 estudantes lêem, em média, 120 títulos por ano. A convite da Universidade de Nova York, Leite ensina empresários e educadores americanos a desenvolver na criança o amor pela literatura. O contador de histórias quer criar uma legião de apaixonados por livros no planeta.
Maria Clarice Dias, de Brasília

Revista Época
Edição 144 19/02/2001
http://epoca.globo.com/edic/20010219/cult6a.htm

1 comentário:

  1. Mariana Miranda Máximo23 de maio de 2011 às 12:42

    Como faço para entrar em contato com Maurício Leite?

    Mariana Miranda Máximo
    Secretaria Municipal de Educação de Cuiabá
    Gerência de Programas e Projetos

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